Advogado, poeta e ficcionista.
Nasceu em São Brás de Alportel, a 22 de Abril de 1898.
Faleceu em Faro, a 11 de Janeiro de 1929.
Muito precoce, desde adolescente que produzia poesia de grande qualidade e revelava o seu sentido de humor crítico, que igualmente se expressava na caricatura.
Aos dezasseis anos escrevia A Ceia dos Cábulas (paródia à Ceia dos Cardeais do Senhor Júlio Dantas), para uma festa do Liceu, onde manifestava já o gosto pela crítica satírica.
Aliás, anos mais tarde, voltaria à crítica da obra de Júlio Dantas no livro Ídolos de Barro (2º volume), sendo que no primeiro do mesmo título saiu em defesa do poeta António Nobre que havia sido alvo de ataques injustos por parte do Ídolo de Barro I Albino Forjaz de Sampaio.
Dias Sancho foi um dos fundadores do Correio do Sul, e colaborou em muitos jornais do Algarve, nomeadamente na Folha de Alte, na Vida Algarvia e na revista Costa de Oiro, de Lagos, onde, entre outros trabalhos, publicou o delicioso conto infantil "No Reino dos Bonecos".
Em Lisboa escreveu para o Diário de Notícias, Diário de Lisboa, o Século e A Situação, de que foi director. Enquanto estudante universitário colaborou no Académico, quinzenário defensor dos interesses académicos.
Frequentou a Faculdade de Direito, em Lisboa, onde se licenciou em 1926. Não exerceu advocacia e, quando faleceu, era Conservador do registo Civil de faro, depois de curtas permanências como oficial nomeado nos Registos Civis de Ourique e de São Brás de Alportel.
Deixou publicada as seguintes obras, testemunhas da sua excepcional capacidade intelectual e literária:
Canções de Amor, colectânea de poesias;
Serenata de Mefistófeles, obra de poesia satírica, em quadras;
Deus Pan, contos rústicos;
El-Rei Bébé, dedicado a sua filha, que era muito pequenina quando o pai morreu e dele herdou o dom da poesia e o gosto pelo desenho.
No ano seguinte ao seu falecimento foi publicado o único romance que escreveu: Bezerros de Ouro, que passado setenta anos se lê como um romance de crítica social da actualidade.
São Brás de Alportel, terra natal de José Dias Sancho, deu o nome do escritor a uma das suas principais artérias.
In: Quem foi quem?: 200 algarvios do século XX / Glória Maria Marreiros.- 2ª ed.- Lisboa: Colibri, 2000.- pp. 443-444