1921

9 e 10 de Janeiro – I Congresso da Confederação Patronal. Reúne-se numa frente de combate ao sindicalismo revolucionário e à alegada fragilidade do Estado republicano. Em 1920, alguns associados haviam declarado o lock-out

18 de Janeiro – Greve dos operários da imprensa. Prolongou-se por 4 meses

Fevereiro – I Congresso das Juventudes Sindicalistas, de orientação revolucionária

2 de Março – Governo pacificador de Bernardino Machado. Será afastado por uma revolta da GNR que dava assim voz ao seu líder, Liberato Pinto, acusado e condenado por peculato durante a sua governação

6 de Março – Criação do Partido Comunista Português. Entre outras coisas, defendia a alienação do património ultramarino

Abril – Início do Alto-Comissariado de Norton de Matos em Angola

6 de Abril- Com pompa e circunstância, são depositados no Mosteiro da Batalha os corpos de dois “Soldados Desconhecidos”, mortos nos campos da Flandres e de África

10 de Julho – Eleições para Deputados. Promovidas pelo Governo Liberal de Barros Queirós, darão a vitória (relativa) aos liberais, com 79 deputados. Os democráticos perderam a habitual maioria, voltavam ao Parlamento os monárquicos, os socialistas obtinham um lugar e, pela primeira vez, chegava ao Parlamento um deputado católico que se tornaria famoso no futuro – Oliveira Salazar

17 de Julho – Em Nota Oficiosa, a CGT demarca-se do novo Partido Comunista, fundado em Março e afirma-se pelo sindicalismo independente de qualquer partido

16 e 17 de Agosto – Tumultos na Azambuja, num altura em que se verificavam aumentos sucessivos do pão, em virtude da política de liberalização dos preços de António Granjo

Setembro – Cunha Leal defende uma reforma tributária no Parlamento, em contraponto à dos liberais. Propõe um imposto progressivo sobre o rendimento e uma reactualização do valor das matrizes da propriedade, proposta esta que é acusada de “bolchevizante” pelos liberais

30 de Setembro – Surto grevista ferroviário. A greve será esmagada pelo Exército

15 de Outubro – Primeiro número da revista Seara Nova. A revista agrega um grupo donde sobressaem Jaime Cortesão, Raul Proença, Ezequiel de Campos, Rodrigues Miguéis, António Sérgio, entre outros

19 de Outubro – Revolta de elementos radicais, associados a militares. Finda a experiência governamental de António Granjo, que é substituída pela governação do coronel Manuel Maria Coelho. Na sequência deste movimento revolucionário, um grupo vasto de elementos das GNR, de marinheiros e de civis armados percorreu Lisboa na “Camioneta Fantasma” e assassinou vários líderes republicanos, entre eles Machado Santos e o próprio chefe do Governo deposto, António Granjo. O episódio ficou conhecido com o nome de “Noite Sangrenta

Portugal e o Mundo. Um Sentido Português, duas conferências para a juventude académica de Coimbra por Augusto Casimiro