A Nova Bandeira Nacional
Após a vitória da Revolução Republicana de 5 de Outubro de 1910, os novos dirigentes vêem na redefinição dos símbolos nacionais uma das suas prioridades:
A bandeira azul e branca é substituída pela verde e rubra.
Mas a polémica em volta da bandeira é violenta e duradoira.
A Polémica
Embora o governo estivesse inclinado a manter a bandeira azul e branca da monarquia constitucional, a ala republicana mais radical discorda. Evoca as jornadas revolucionárias de 3 a 5 de Outubro e da primeira bandeira a ser desfraldada depois da implantação da República, de cores verde e encarnada, bipartida verticalmente, vermelha junto à tralha, ocupando o verde a maior parte, com a esfera armilar de ouro assente em fundo azul, encimada por uma estrela de prata com resplendor de ouro.
O que fazer?
O Governo nomeia uma comissão para o estudo da Bandeira e do Hino Nacionais. Fazem parte personalidades da vida nacional:
- O pintor Columbano B. Pinheiro;
- O escritor Abel Botelho;
- O jornalista João Chagas;
- O Tenente Ladislau Pereira e o Capitão Afonso Palla, dois combatentes de 5 de Outubro.
A 29 de Outubro de 1910 a comissão apresenta o seu projecto, em tudo idêntico à bandeira da revolução: apenas se altera a localização das cores e a sua proporcionalidade, ficando agora o verde junto à tralha e ocupando maior espaço o vermelho.
Ao ser apreciada em Conselho de Ministros no dia seguinte e são sugeridas algumas modificações: supressão da estrela e ligeiras alterações à esfera armilar. Esta segunda versão é aprovada no dia 6 de Novembro.
A 29 de Novembro o Governo Provisório aprova o último projecto.
O 1.º de Dezembro, dia comemorativo da Restauração da Independência de 1640, é o escolhido para o Dia da Festa da Bandeira.
É o primeiro feriado da jovem República e a primeira grande festa cívica por ela realizada.
A controvérsia continua…
Multiplicam-se os projectos de bandeira, discutem-se as cores, as armas e a simbologia. As cores são o principal ponto de discórdia. Vermelho e verde ou Azul e branco?
Os partidários do azul/branco propõem uma consulta popular, mas o Governo recusa.
A aprovação da nova Bandeira
A 19 de Junho de 1911, na sessão de abertura da Assembleia Nacional Constituinte, é aprovado o projecto anterior:
“A Bandeira Nacional é bipartida verticalmente a duas cores fundamentais, verde escuro escarlate, ficando o verde escuro do lado da tralha. Ao centro, e sobreposto à união das duas cores, terá o escudo das Armas Nacionais, orlado de branco e assentando sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivada de negro.”